quinta-feira, 30 de abril de 2015

TEMPO NO TEMPO

TEMPO NO TEMPO

Tempo que passa
Soltando bocados
Da vida que passou

Presente d’um tempo
Em silêncio parado
Marcado nas horas futuras

Horas,
Minutos,
Segundos,
Tecidos no tempo
Com relógios
De ponteiros ansiosos

Omite-se tempo no tempo
Em vontades próprias
Para além do desejo

E o tempo voa
Na brisa do tempo
Sem nunca parar
Num tempo que há-de vir…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

TEMPO E ESCRITA

TEMPO E ESCRITA

Tempos acham-se amarrotados,
Esquecidos,
Mas vão passando ligeiros
Como letras mal escritas,
Sem pontos nem vírgulas

Folhas amarelecidas
Que viajam nos ventos da idade,
Carregando memórias,
Em minutos mal traçados

Alteraram-se horas
P’las folhas ainda em branco,
Numa vida inquieta,
Ansiada e prevista,
Mas nunca destruída…


Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

quarta-feira, 29 de abril de 2015

NOSSOS ESPELHOS

NOSSOS ESPELHOS

Como não desviar meu olhar
De teus olhos negros brilhantes,
Transparentes,
Cristalinos de pura atração

Tentei evitar
Para não os encontrar,
Em sussurros de paixão
Espelhados nuns olhos sedentos

Tantas palavras largadas ao chão
Num prazer delirante,
Mergulhados no olhar
De intenso amor

Eram nossos olhares,
Espelhos límpidos,
A falarem por nós...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

terça-feira, 28 de abril de 2015

ALGODÃO, CAFÉ, SISAL

ALGODÃO, CAFÉ, SISAL

Olhei à minha volta
E lágrimas corriam p’lo rosto
D’uma saudade anunciada

Tentei gravar o cheiro ao pordo sol
Sob o vento das acácias

As águas da praia despedem-se
Espraiando serenamente,
Nas sombras nostálgicas das palmeiras

Quero voltar a escrever-te
Em folhas alvas de algodão,
Com tinta perfumada p’lo café,
Num livro d’emoções fortes,
Como o sisal

E o pó vermelho envolverá minhas lágrimas…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

SINTO FALTA

SINTO FALTA

Como sinto falta
De olhar para o horizonte inatingível,
E ser uma pessoa especial

Como sinto falta
De me lembrar do futuro,
E não apenas viver o presente

Como sinto falta
De sentir livre diante duma ilusão,
Mesmo que a dor traga uma lágrima

Como sinto falta
De falar sem receio,
Ou de sonhar acordada

Como sinto falta…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

segunda-feira, 27 de abril de 2015

COMO GOSTO

COMO GOSTO

Como gosto de sentir teu gosto
Degustando o cheiro,
Fazendo-te mais perto
E querendo mais

Como me apetece desnudar tuas vontades
Bebendo o beijo,
Pedido pelo teu profundo olhar

Como pretendo sentir teu corpo
Se contrair de anseio,
E encostar-me
Na tua pele de arrepio

Ah como hoje te desejo,
Do mesmo modo de sempre…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

domingo, 26 de abril de 2015

UMA NOITE

UMA NOITE

Os últimos raios de sol
Diluem-se no horizonte
Quando a noite que chega,
Como uma luz que se acende,
Serena e calma

É como meu pensamento,
Em outra dimensão,
Entre desejos e quereres
Para uma noite
Que ainda agora iriá começar…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

...

….


Na tristeza d’um sorriso
Com o calor do abraço,
Mesmo que seja distante,
A alma sente o afago

Pois que cada amanhecer
Transporte uma brisa suave,
Para secar a solidão
Nas lágrimas do orvalho da noite…


Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

sexta-feira, 24 de abril de 2015

MISTÉRIO

MISTÉRIO

Existe um mistério no teu corpo
é feito de desejo e mel
sabe a fantasias quebradas
sonhadas diariamente em vão.

Existe um feitiço no teu olhar
prende as sombras mais fugidias
encandeia a aurora do meu anoitecer
sempre, sempre sem cessar.

Não sei que segredos escondem a tua boca
nem consigo decifrar-lhe o gosto
mas vicia... cativa... prende...mata

Sei que enigma nasce na tua voz
tão doce, sensual, tão limpa
Quero tê-la uma e outra vez

És capricho, tentação doentia
tão difícil é amar-te e não te ter
como ter-te e não te amar...

És ânsia, loucura, perdição
Um doce amargo, nu e cru
que não se deixa saciar

Quero-te como se quer o raio de Sol
permanente, brilhante, inacessível

Desejo-te como se deseja a Lua
musa de prata perdida na noite

Tenho-te como se tem o Vento
brisa suave, furacão, tempestade

Sôfrega espero-te e num minuto alcanças-me
Num minuto, num segundo evades-te

E depois nada mais existe
nada mais me resta

Apenas a memória do cheiro
a figura, o vulto
a força do olhar
o calor do abraço!


Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Á LUZ DA VELA

À LUZ DA VELA

À luz mortiça de uma vela
Minhas lágrimas caiem

É choro abafado,
Com uma alma que sangra
De palavras não ditas,
Sob o olhar de uma vela
De chama trémula
Que finda aos poucos

Amanhece e chove,
Molhando a janela
Do quarto da minha tristeza,
Invadindo o meu ser,
Tendo por companhia a solidão
Iluminada p’la tosca vela
Que se apaga lentamente

E minhas lágrimas vão secando…

Fátima Porto
In “Ecos d’Alma”
Texto registado e protegido pelo IGAC

quarta-feira, 22 de abril de 2015

SIMPLESMENTE ASSIM

SIMPLESMENTE ASSIM

A nossa voz é silêncio,
E somos contornados de sentimentos,
Na presença,
Ausência,
Chegada e partida

Estamos em outra dimensão,
Porque existe um mistério em nós
Pois somos simplesmente assim…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

terça-feira, 21 de abril de 2015

SENSAÇÕES

SENSAÇÕES

Trilho por pétalas
Ao passar,
Por aspectos que aspiro,
Em todas as vontades esperadas

Atingir odores
Que subtilmente se misturam
Nos pensamentos dos desejos
Em realidades dos sonhos

Fragrâncias de ter,
Sensação de ser,
Num corpo com sede
Em paixão por saciar…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

segunda-feira, 20 de abril de 2015

AO POR DO SOL

AO POR DO SOL

Vejo-te
Em raios quentes
Do sol que se vai escondendo,
À tardinha,
Pois a imaginação voa
De tanta saudade, que dói

Queria fechar os olhos
Inventar teu calor
Numa praia,
Ao por do sol,
Teus raios envolvendo
Como fossem um abraço

Mas oh tristeza minha,
Angústia de minha alma,
O calor que sentia
Era eu que me abraçava

Sonhava estar na praia
Da terra que me viu nascer

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

ESCONDEU-SE A POESIA

ESCONDEU-SE A POESIA

Escondeu-se a Poesia,
Numa camisa de forças da cidade
Recusando-se à imaginação
Com o apagar do pôr do sol

Escondeu-se a Poesia,
Em laboratórios, ou palestras,
Enquanto as palavras choram
Numa insatisfação delirante

Escondeu-se a Poesia,
De vestes rasgadas,
Cabelos em desalinho,
Num olhar assustado
Por uma viela qualquer

Escondeu-se a Poesia,
No fogo em ardor,
Espalhando faíscas à inspiração
Numa vida abafada

Mas sem a Poesia,
Resta apenas pó,
E a procura d’uma jura de Vida...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

domingo, 19 de abril de 2015

AQUI ESTOU

AQUI ESTOU

Como me sinto cheia de nada,
Mas quanto desejava
Estar enleada nos braços
Sugando o mel dos beijos teus

Ah, como alicias a imaginação,
Tendo-te por perto,
Com vontades no olhar
E sem palavras na voz

Vem,
Aqui estarei,
Mulher por inteiro
Em tua busca...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

SABOREAR

SABOREAR

Faz-me deliciar
Em teu corpo,
Odores que ficam no ar
Semeados de desejos

Deleitar meus lábios
E degustar suavemente
Com teu gosto

Vem até mim
De mansinho,
Com um estreitar de mãos
Deliciosamente passeando os dedos
Numa extensão a nu

Faz derramar com leveza
Teu líquido em minha língua
Desse néctar permitido,
E por Baco consentido

Ah, vinho dos deuses consagrado,
Que saboreando é pouco,
Em paixão de querer sempre mais…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

sábado, 18 de abril de 2015

ESPELHOS

ESPELHOS

Como não desviar meu olhar
De teus olhos negros brilhantes,
Transparentes,
Cristalinos de pura atração

Tentei evitar
Para não os encontrar,
Em sussurros de paixão
Espelhados nuns olhos sedentos

Tantas palavras largadas ao chão
Num prazer delirante,
Mergulhados no olhar
De intenso amor

Nossos olhares,
Espelhos límpidos,
Que falaram por nós...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

AMBOS SABEMOS

AMBOS SABEMOS

Andei por terrenos sem dono,
Percorri além-mundo,
Trilhos sem volta,
Como caminhante antes de partir

Em noites escuras,
Sem o raiar do amanhecer,
Fui amante sem ser,
Numa cama vazia e fria

Recordei-te comigo
E amei-te,
Sentindo angústia da distância,
Como barco na tempestade

Almejo teu porto seguro,
E de ti, amar,
Voltar a amar
Para meu corpo serenar

Sinto que estás presente,
Cingindo em tuas fantasias,
E deixar acontecer

Ambos sabemos…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

AGORA

AGORA

Não digas nada,
Apenas abraça-me
E murmura teus carinhos
Deixando o aroma em mim,
No meu corpo,
Em minhas saudades

Vem,
Acabando de seres distância
E seres presença agora,
Vem ter comigo

Agora…


Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

sexta-feira, 17 de abril de 2015

SÓ TU

SÓ TU

Meus dedos tocam-te
Como se sonhasse,
E olho sem palavras
Ao ler tua alma

Mansamente,
Mãos nas mãos,
Sussurras o que quero ouvir

Nossos corpos enleados
Ondulam em deleite,
Como barco nas ondas
Num mar de amor

Mar,
Como assinalas a distância,
Mesmo na memória dum beijo,
Degustado e ansiado,
Na saudade d’um querer mais…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

OUVIR, VER E SENTIR

OUVIR, VER E SENTIR

Faz-me acalentar esta vontade de ti,
Num desejo maior ainda
Para te ter presente em mim

Nos silêncios das noites,
Sinto-te,
Vejo-te,
Longe do alcance dos meus braços

Teu calor arrefece na ausência,
E num tempo lento,
Onde ventos teimam em destruir,
Quantos pensamentos abafados, contidos,
E clamados em exaltação

Não te oiço

Onde estão tuas palavras,
Sussurradas lentamente,
No envolver de carícias doces,
Fazendo-nos estremecer

Existe uma névoa em teu redor,
Vinda de brisas frias,
Fazendo desviar-te no tempo,
Em corpo e alma,
Sem calor, sem palavras

Não te vejo

Beijos que demos,
Quando o tempo parou,
E só o nosso existia,
Enquanto os corpos se colavam
No odor da loucura

Já não te sinto

Tento controlar
Lágrimas que teimam em cair,
Pois uma Alma despedaçada,
Ainda sente...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

quarta-feira, 15 de abril de 2015

DESPEM OLHARES

DESPEM OLHARES

Tuas mãos ao tocarem de mansinho,
Fazem-me sentir arrepios

Teu olhar, em palavras doces,
Despem-me lentamente
Pelo silêncio da noite,
E meu corpo treme

Leva-me em ti
Com o aconchego d’um beijo,
Em deleite de afagos
No calor do teu colo

Estremeço à tua voz,
No sonho de tantos quereres,
E vontades que sussurram
Promessas secretas aos corações

Consagro-me às tuas mãos,
Para que mostres o céu,
Rendendo-me…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

PENSANDO

PENSANDO

Penso em ti
Em sentimentos
Soltando palavras,
Contidas,
Num expressar
De querer,
Em vontades caladas

Somos dois a conter,
Reprimir almas,
Lutando,
Desabafando,
Com lágrimas a rolar

Mas o espírito espera,
O pensamento voa
Levando asas de doçura,
E um calor
Que me deixa arrefecer

Queria-te
Ao meu lado,
Acolhendo
O calor de um abraço,
Em teu regaço

Mas só penso
Em ti...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

terça-feira, 14 de abril de 2015

AMOR E PAIXÃO

AMOR E PAIXÃO


Bocas juntam-se,
Corpos colam-se,
Mãos vão explorando,
O amor vai chegando

Aqueles beijos prolongados
Queridos e ansiados,
Trazem os prazeres desejados
Beijos de parar a respiração
Provocando intensa atracção

Ondas seguidas de prazer,
Ardentemente sentidas

Forte sensação
Quão enorme desejo,
Revela uma paixão desmedida
Mutuamente concedida

Beijos apaixonados,
Extasiados,
Com vontades repetidas
De prazeres ainda não sentidos

E revela-se a paixão interior
Tão cheia de sabor

Beijos quase desesperados
Deixando os amantes transtornados,
Beijos agora desejados
Tão gostosamente sonhados

Corpos que se desejam
E que ardentemente se colam

Beijos que com arrepios são lembrados
Ao serem ternamente evocados

Amores de paixão
Mas que deixam recordação
Dum momento tão louco, tão bom

Um doce carinho no corpo
Num beijo prolongado…


Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

DOCE SILÊNCIO

DOCE SILÊNCIO

Num doce silêncio,
Cascatas de palavras foram ditas,
Sem que as bocas se abrissem

E no afago de tantos abraços,
A dor d’ausência diluiu-se,
Em promessas seladas de beijos...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

segunda-feira, 13 de abril de 2015

POUCO E TANTO

POUCO E TANTO

Deixaste um sabor a pouco
Dos teus beijos cor de fogo
Quão doces lábios meigos
Na minha boca que sussurrou

Palavras mudas
Olhos que vêem fechados
Um desejo de querer
Do nada a ser tudo
Quando nossas bocas se uniram

Beijo roubado
Consentido
Trazido na saudade
De nunca ser esquecido
Pois selou profundo amor
E aos sete ventos entoado…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

MINHA SINA

MINHA SINA

Tanta água por onde passo
Como as lágrimas que meus olhos vertem,
De profunda saudade que dói

Canto triste fado
Escrito na minha sina,
Sentido p’la nostalgia,
E na angústia dos gritos surdos

Quero lavar-me d’amor
Em delírio do destino,
Olvidando o amargo da Vida,
P’ra acreditar que estou viva

Ah doces desvarios,
Ditados de tal sorte,
Porque lágrimas,
Essas secaram,
Mas a tristeza do meu fado,
Ainda dilacera minh’alma...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

domingo, 12 de abril de 2015

VONTADES

VONTADES

Como sonhava,
Ser a manhã que te desperta,
O sol que suavemente te acorda
Em doces carícias

Como sonhava,
Estar nos dias, horas e minutos
Que por ti passam,
Pois é contigo que quero estar

Como sonhava,
Ser a brisa que passa e te toca,
Num carinho e enlevo,
Com a dedicação de quem te ama

E em pensamentos e sonhos
Nos meus desejos, vivo emoções,
De estarmos serenamente enlaçados,
E de um sentir pleno e amado

Como desejava…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

BASTA DE SOFRER

BASTA DE SOFRER

Dorido,
Sangrando,
Cansado, pobre coração
Esventrado de feridas profundas

Louco e alucinante
Entrega-se nas garras do amor,
Perdendo o sentido real,
Para na solidão gritar

O silêncio é seu companheiro,
Mesmo em ideias distantes,
Destruindo quimeras

Basta! Quero ir mais longe
Sarar minhas feridas,
Clamar bem alto
O que profundo me dói,
Sem ecos abafados…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

sábado, 11 de abril de 2015

CHUVA

CHUVA

Chuva de lágrimas misturada
Vai escorrendo p’lo meu rosto
Em murmúrios de silêncios afogados,
Numa alma seca de clamores…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

IMPULSOS

IMPULSOS

Olha-me com o mais sensual dos teus olhares,
Olha-me, até te fartares

Sorri com o mais provocante dos teus sorrisos,
Sorri, porque eu de ti preciso

Beija-me com o mais quente dos teus beijares,
Beija-me, até te saciares

Abraça-me com o mais envolvente dos teus abraços,
Abraça-me, até ao nosso cansaço

Acaricia-me com o mais atrevido dos teus carinhos,
Acaricia-me, até encontrares caminhos meus

Acha-me, no delírio dos nossos corpos ardentes,
Acha-me, até sermos um, somente

Repousa em nós, com palavras de olhares,
Repousa nos silêncios nossos…


Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

EU

EU

Menina que fui
Mulher que sou

Gargalhadas que dei,
Lágrimas de sangue que chorei,
Passado que não esqueci,
Vidas que não vivi

Com um filho nos braços
Alegria abençoada de Deus,
Carne da minha carne
Felicidade dos olhos meus

Vivo o presente
Olhando o futuro,
Esperando a bonança
Após a tempestade

Embora aguarde,
Não baixo os braços,
Vou sempre à luta
E de cabeça erguida

Pedras no caminho
Que fazem cair,
Mas que me dão mais força
Para prosseguir

Assim sou eu,
Conforme aqui estou,
A menina que fui,
A mulher que sou…


Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

sexta-feira, 10 de abril de 2015

DOU-TE UMA ROSA

DOU-TE UMA ROSA

Não pretendo olhar em teus olhos,
Ao dar-te a rosa,
Porque falariam mais que os lábios

Ver teu rosto,
Teu corpo,
Nosso desejo

Minha alma iria quer dizer o contrário,
Para não veres
Lágrimas a rolarem
Ao conter um grito
Para ficares comigo

Jogo de palavras em olhares
Quando há sempre um pedir para voltar
Porque mesmo assim,
Amo-te
E deseja-mo-nos

Olha-me em silêncio
E recebe esta rosa em mim...

Fátima Porto

QUANDO...

QUANDO…

Quando a saudade chega,
Uma lágrima rola,
As palavras calam no silêncio,
O corpo arrefece
Sentindo a falta d’um carinho

Quando,
Tudo se torna ausente no presente,
Até as mãos e o regaço
Outrora cheios de tudo,
Agora estão vazios de nada…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

quinta-feira, 9 de abril de 2015

UM POUCO LOUCA

UM POUCO LOUCA

De pés amarrados
Num trilho de desgraças
Árduo, doído
Desato os nós
Que impedem meus passos

Quero desprender,
Desatar,
Para correr
Em passos largos
Nos caminhos da fantasia

Deixem-me
Ser um pouco louca,
Sem nós que me prendam
À minha existência…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

VENTO

VENTO

Vento,
Que passas ligeiro,
Deixando uma brisa
Doce e suave,
Que toca em meu rosto

Vento,
Que trazes recados,
Num ecoar de mansinho,
Só para mim

Vento,
Que soltas cabelos,
Fazendo esvoaçar roupas
Para me levares contigo

Vento,
Turbilhão de marés,
Em mar revolto
Como minh’alma

Vento,
Aconchegas mágoas,
Nas lágrimas arrancadas e vertidas
Das chagas do peito

Vento,
Que choras baixinho,
Sussurrando tristezas
Nos braços frios d’amargura
Em dias de solidão

Deixa-me voar contigo...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

quarta-feira, 8 de abril de 2015

SEDUZINDO A FANTANSIA

SEDUZINDO A FANTASIA

Baloicei em ventos de esperança
Ao amanhecer de dias claros,
Por terras onde o sol aquece,
Com desejo de tal sorte

Deixei a brisa tocar o rosto
Deslizando doce e suave,
Soltando os meus cabelos
No embalo d’um desejo

Oh praia que eu invento,
Aqui ou em qualquer lugar,
Traz-me de volta o tempo,
O tempo que lá deixei

Cantem vitórias palmeiras
Em borbulhar ameno das ondas,
Fazendo acalentar fantasias,
Pois também matam saudades

E vou baloiçando,
Num vai e vem de quem recorda,
Como que se o tempo parasse,
Em relógio sem ponteiros,
Numa despedida ao sol…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

O PERDÃO

O PERDÃO

O meu perdão,
Por sentimentos contidos, calados,
Bem fundo do peito

O meu perdão,
Pelas dores e angústias,
Limitadas na alma

O meu perdão,
Porque os olhos leram palavras não ditas,
Mas reprimidas no coração

O meu perdão,
Porque me levantei, mesmo depois de cair,
Até quando faltava forças para prosseguir

O meu perdão,
Das lágrimas incontidas que turvam o olhar,
E quão ardem e destroem como fel

Perdão
Ao meu corpo cansado,
Que desfrute d’um sorriso, Paz e um pouco d’Esperança…

Fátima Porto
DOR POR ENTRE OS DEDOS

Desfaço lentamente
Com mágoa, por entre os dedos,
A flor imaginada na entrega
Algum dia dada

Flor de sorrisos ocos,
De odor que embriagou sentimentos
E que se esmoreceu como o vento

Pétala a pétala, caiem por terra
Momentos lindos, de encantar,
Pisados, calcados,
Nesta tristeza incontida

Minha mão fecha-se
Derramando todo um sofrimento,
Não de raiva, nem de ódio,
Mas um sentido bem profundo
Que tudo faz doer

Porque me querem assim
E dói tanto na Alma?

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

terça-feira, 7 de abril de 2015

PALAVRAS

Palavras escritas
A que dou sentimento
De boca calada,
Deixando a alma falar,
Em folhas brancas
Com salpicos de paixões

Mágoas tristes,
Banhadas de lágrimas,
Com marcas de ansiedade
Nas palavras por dizer

Ah quem me dera ser poeta,
E ter nas mãos as palavras
Que florescem na minh’alma

Ah se eu fosse poeta,
Largava meu coração
Aos ventos da imaginação…

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
SENTIDOS

Sinto teus dedos
Num toque deleitoso,
Pelo meu corpo quase nu

Transformamos a doce sensação,
Na mais bela melodia
Que nossos sentidos já ouviram

Delicia-mo-nos na suavidade tida,
Desejada,
No calor dum abraço...

Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC

ESCONDERAM-SE AS PALAVRAS