sábado, 30 de março de 2013
LÁGRIMAS DE SILÊNCIO
Cruzo os braços
Para abafar meu grito
Enquanto lágrimas rolam
No silêncio da minha solidão
Olho para o vazio
À procura de tudo,
Mas sua forma é um eco fútil
Pior que o sal que escorre pelo rosto
Calo para não ser entendido
Num canto qualquer,
Pois mesmo doendo o coração
Deixo as palavras caírem
E secarem
Porque limpar
Tudo o que os meus olhos falam?
E em silêncio
Deixo meus braços cruzados
Às lágrimas de tristeza …
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
PALAVRAS ESCRITAS
Larguei meu livro
Algures numa praia
Ao fim de tarde
Para que a noite o levasse
E brilhasse junto às estrelas
A brisa virou páginas
Para te levar as mais doces
Em carinhos e beijos
Sente
O teu coração entende
Pois nosso desejo se espraia
Em palavras escritas por nós
Onde o entrelaçar dos corpos
Ondulam ligeiros e suaves
Ao sabor da maré
Deixei o livro numa praia
Onde as páginas são escritas
Com sabor de maresia ao sol-pôr
E com brilho das estrelas
Quando a noite chega
A brisa suave e quente
Agita as palmeiras dos corações
Refrescando saudades
Deixadas escritas num livro
Algures numa praia…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
sexta-feira, 29 de março de 2013
AO SOM
O baile vai começar
À luz do entardecer
Olho a última folha de Outono
Que o vento não levou
Restou um piano
Para a nossa melodia
Que soará baixinho
Só para nós
Sinto tua presença
Sem tempo como a brisa
Com o deleite da suavidade
Entrelaçada em nós
Olhos que sentirão
Mãos degustando sentidos,
No cadenciar dos corpos
Envolvidos no calor do momento
Sons que deixarão
Tremer nossos lábios
Para um beijo pedido
Sem palavras
De olhos fechados
Deixaremos embalar
Nossos corpos na doce melodia…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
Publicado no Blog e no Jornal On Line Jornalorebate Rebate de Macaé-RJ
quarta-feira, 27 de março de 2013
ENIGMA
Existe um mistério no teu corpo
Que é feito de desejo e mel
Sabe a fantasias quebradas
E sonhadas diariamente em vão.
Existe um feitiço no teu olhar
Que prende as sombras mais fugazes
E encandeia a aurora do meu anoitecer
Sempre,
Sempre sem cessar.
Não sei que segredo esconde a tua boca
Pois nem consigo decifrar-lhe o gosto
Mas vicia...
Cativa...
Prende...
Não sei que enigma nasce na tua voz
Tão doce, sensual, tão limpa…
Quero tê-la uma e outra vez
És capricho, tentação doentia
Tão difícil é amar-te e não te ter
Como ter-te e não te amar
És ânsia, loucura, perdição
Um doce amargo, nu e cru
Que não se deixa de saciar
Quero-te como se quer o raio de Sol
Permanente,
Brilhante,
Inacessível
Desejo-te como se deseja a Lua
Musa de prata perdida na noite
Tenho-te como se tem o Vento
Brisa suave,
Furacão,
Tempestade
Sôfrega, espero por ti
E num minuto me alcanças,
Ou num segundo te evades
E depois nada mais existe,
Nada mais me resta
Apenas a memória do cheiro
A figura,
O vulto
A força do olhar
O calor do abraço…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
SONHANDO NO PRESENTE
Olha-me através da distância
Bem no fundo da minha alma
E sente o que sentimos
Pois não é sem razão
É um amor calmo e sereno
Que não tem barreiras
Nem tempo
Como águas de um rio
Deslizando ate seu destino
Queremo-nos tanto
De um amor longínquo
Se faz presente
No aconchego dos braços teus
Em fixo olhar e calando palavras
Silenciamos beijos sussurrados
De tanto amor sonhado…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
RETRATOS
…Retratos de palavras caladas
Que transbordam sentimentos vividos
Nas distâncias perdidas
Retratos molhados
Por lágrimas que rolavam
De uma saudade presente
Retratos amarelecidos
No relógio do tempo
Um passado voltado para o presente
Levado pelas nuvens do futuro…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
SONHOS NO OLHAR
Perdi-me num olhar de pensamentos
Esperando p’lo nosso encontro,
Querido, ansiado,
Esquecendo o mundo lá fora
Senti o odor forte de café,
Que arrefecia,
Mas que fazia aumentar o ardor
Da tua presença
Um calor percorre meu corpo
Como se tocasses meu ombro
Numa surpresa calculada
Mas inesperada
Suavemente, as mãos se entrelaçaram
Com um beijo discreto, sereno
Em que os corações desnorteados, arderam
Ousando controlar nossos impulsos maiores
Mas…
Oh vãs quimeras que angustiam o espírito,
Nos sonhos em que vagueio
Enquanto aguardo por ti…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
terça-feira, 26 de março de 2013
PANOS PONTEADOS
Cerzi nos panos do tempo
Angústias e tristezas,
Com silêncios de lágrimas
E agulhas de dor
Como as rendas de adornos
Que enfeitavam mágoas,
Costurei palavras na noite
Para adormecer a realidade
E no colo cansado, descansei
Com as mãos vazias de nada,
Num sossego que tardava
Em horas secas de lamentos
Ocultei réstia d’um passado
Consumido nas feridas profundas,
Lavando o rosto
Em panos ponteados no presente
Em abraços de calor
Amanheceu para mim…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
EM TRILHOS DA IMAGINAÇÃO
A brisa tocou suave
Esvoaçando meus cabelos
Como bando de aves soltas ao vento
Fazendo meus pensamentos voar
Caminho entre histórias d’amor
Dum esplendor sem fim
Corpos cingidos
Numa entrega de um tempo esquecido
Onde ruas vagueiam no silêncio
E o mundo existe num quarto
Paixão iluminando olhares calados
Que despertam o tatear de beijos
Desfrutando em ardor
Quantas ilusões sonhadas
Deixando a imaginação dispersar-se…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
Publicado no Blog e no Jornal On Line Jornal O Rebate de Macaé-RJ
SOMBRAS DE MIM
Calo em sombras que me perseguem,
Como águas mansas
Em leito profundo,
Querendo voar e gritar
Mas minha voz,
Embargada nas lágrimas contidas
Silencia meus dias de angústia
Em asas que não voam
Tenho a solidão por companhia,
Porém se me abraço
Sinto frio
Quantas perguntas sem respostas
E soluções que não desejo
Consentindo que os dias passem
Ou que eu me entranhe neles
Como sinto a ânsia dum clamor
No ardor das lágrimas largadas ao vento
Mesmo que no silêncio da noite…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
Publicado no Blog e no Jornal On Line Jornal O Rebate de Macaé -RJ
segunda-feira, 25 de março de 2013
RUGAS DA VIDA
Os olhos fechados
Como quem cala as amarguras,
Deixando cair uma lágrima
P’las rugas, cravadas da vida
Alma que se esconde
Numa boca em silêncio,
De histórias que o corpo lavrou
Perdendo a conta dos anos
De panos negros envolta
Como a solidão das noites presentes
Abafada num passado remoto
Sem deixar cair um lamento
Onde vivem pensamentos de quimeras
Outrora tidos,
Sem queixumes de vãs lembranças
Num coração amordaçado
Na tristeza da Vida…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
PÉTALAS DE SONHO
Vamos partir
Em barco sem velas
Pétalas de rosas ao vento
O levarão
Dentro da fantasia
Paixão
Sonhada
Voga a barca
Em brisa leve
Como pássaro a voar
Junto ao mar
Vai deslizando
O batel
Como a fantasia
Te ter junto a mim
Ao longo das águas mornas
E não mais acordar
Abraça-me
Quero sentir o teu calor
A brisa está fresca
Sinto um arrepio
Oh a janela do quarto
Estava aberta
O meu barco
Era um sonho.
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
domingo, 24 de março de 2013
QUANDO
Quando eu sentir teu odor
Ao ir e voltar num por de sol
Perto de uma praia
Quando eu sentir a brisa sobre as palmeiras
Como missangas tilintando
Num corpo a ondular ao sabor da música
Quando ouvir os batuques ao entardecer
Ritmados por marimbas
E o chão tremer e pó levantar
Quando me deliciar no gosto doce das frutas
No sabor acre-doce de tambarinos e mucua
E no esplendor das acácias rubras
Quando me sentir no teu encanto
Do calor dos ramos num abraço
Nas sombras dos silêncios gritarei teu nome
Quando,
Em vez de meu pensamento voar
Eu poder dizer, voltei para ti, minha terra…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
EM SILÊNCIO
Pelos vãos das janelas
Correm angústias
Atiradas ao chão
Voraz como lixo
Torturam e doem
Desfazendo a alma
Como o peito aperta
Nessa ansiedade
Em sufoco no silêncio
De palavras sujas nas paredes velhas
Quero gritar
Soltar minhas lágrimas
Em desabafo da minha solidão
Colo e mãos vazias
Num desejo louco de te ter
Mas pouco a pouco
Apenas sinto
Rolarem lágrimas…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
sábado, 23 de março de 2013
EU SEI
Eu sei,
Quando o sol se põe no horizonte
As lembranças voam
E o coração estremece
Eu sei,
A noite espreita pelo silêncio
Iluminando ruas na imaginação
Sentindo tua presença
Eu sei,
O toque meigo dos beijos,
Do olhar profundo de vontades
Num aconchego de enlevo
Eu sei,
O amor não tem distância
Clamando ao vento que passa
A ausência não existe…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
VOU GUARDAR
Vou guardar todas as emoções
Todo o calor em mim
Num céu onde o sol se despedia
Vou guardar toda uma loucura
Em abraços tidos
Onde a paixão é incontida
Vou guardar nossas mãos dadas
Em corpos unidos
Lentamente pela noite fora
Vou guardar nossas palavras em olhares
Sussurradas mansamente
Em silêncio ditas, entre arrepios sentidos
Vou guardar tudo de nós
Só para nós…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
sexta-feira, 22 de março de 2013
DISTÂNCIA DISSIPADA
O relógio parou
No tempo do calor d’um abraço
Em que gotas da chuva
Se fundiam nas lágrimas
Dos beijos com sabor a sal
Minutos, segundos,
Esquecidos
Em roupas inundadas de ardor
De corpos no enlevo
Pois demorava em acontecer
Oh tempo,
Quiseras tu omitir a distância dissipada
Num momento louco de paixão,
Em que as horas, consumidas em silêncio
De quimeras nos olhares
E realidades em beijos…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
PERDIDA
Ondas do mar
Batem nas rochas
Ecoando espuma p’la praia
Minha alma voa
No ondular das marés
Em segredos não ditos
Mansamente calados
Abraço-me no horizonte
Confortando meu cansaço
Em sonhos de emoção
Dos ecos de fascinação
Perdida,
Quero alcançar-te
Nesta distância, ouvindo o mar…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
NA DANÇA
Segura bem a cintura
E cola nossos peitos
Corações em compasso
Olhares n’alma
Num desnudar de passo largo!
Um beijo
De sentimento
Sem palavras
Consentido!
Música vibra
De rodar na dança…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
quinta-feira, 21 de março de 2013
MURMÚRIOS AFINADOS
Dedilha no silêncio da noite
Acordes de paixão
Segredando às estrelas
Iluminando nossa melodia
No encaixe perfeito
Trilhas a escala dos corpos
No murmúrio esculpido em nós
Murmúrios,
Em momento que é nosso
A cada instante de desejos
De corações descompassados
Mas afinados, vibram
Ao longe
O som de violinos ecoa
Leve e doce,
Como o toque e caricias
Entoado em nossos corpos…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
AMOR DA INOCÊNCIA
21 de Março - Dia Internacional da Síndrome de Down
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…Oh doce espelho da inocência
Com que vais abrindo os trilhos
No mais puro e angélico amor
Aos olhos de uma criança…
Fátima Porto.
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…Oh doce espelho da inocência
Com que vais abrindo os trilhos
No mais puro e angélico amor
Aos olhos de uma criança…
Fátima Porto.
SOU CRIANÇA
Dia Internacional contra Discriminação Racial
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Sim, tu
Que caminhas com indiferença
À minha presença
E sacodes-me como a um animal
Sou um ser que o Mundo acolheu
Sim, tu
Que nunca agradeces o que tens
Que passeio a fome e o frio também
Deixa-me sonhar em lençóis de calor
E sorrir na palavra amor
Sim, tu
Não vires a cara para outro lugar
Minhas lágrimas secaram
E transbordaram na chuva
Mas se tens Amor
Olha-me nos meus olhos
E vê a minha alma
Tesouro de um futuro
Eu sou…
CRIANÇA DO MUNDO…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
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Sim, tu
Que caminhas com indiferença
À minha presença
E sacodes-me como a um animal
Sou um ser que o Mundo acolheu
Sim, tu
Que nunca agradeces o que tens
Que passeio a fome e o frio também
Deixa-me sonhar em lençóis de calor
E sorrir na palavra amor
Sim, tu
Não vires a cara para outro lugar
Minhas lágrimas secaram
E transbordaram na chuva
Mas se tens Amor
Olha-me nos meus olhos
E vê a minha alma
Tesouro de um futuro
Eu sou…
CRIANÇA DO MUNDO…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
POETAS
PELO DIA INTERNACIONAL DA POESIA, se não fossem os Poetas....
Ah Poetas
Que gritam aos ventos
Seus pensamentos
Dores e paixões
Em tempestades
Arrancando da alma
Esventrando do Ser
Angústias choradas
Ah Poetas
Semeiam Amor
Nas palavras que sentem
Escritas com ardor
Vibram em desejos
Explodindo
Em segredo
De ais abafados
Ah Poetas
Passeiam
Viajam na imaginação
Que afagam encantos
Uivando ao Luar
Em fantasias fatais
No silêncio da noite
Igual a um conto de fadas
Ah Poetas... Poetas
Perfeito o seu sentir…
Fátima Porto
In “Ecos d’alma”
Texto registado e protegido pelo IGAC
Ah Poetas
Que gritam aos ventos
Seus pensamentos
Dores e paixões
Em tempestades
Arrancando da alma
Esventrando do Ser
Angústias choradas
Ah Poetas
Semeiam Amor
Nas palavras que sentem
Escritas com ardor
Vibram em desejos
Explodindo
Em segredo
De ais abafados
Ah Poetas
Passeiam
Viajam na imaginação
Que afagam encantos
Uivando ao Luar
Em fantasias fatais
No silêncio da noite
Igual a um conto de fadas
Ah Poetas... Poetas
Perfeito o seu sentir…
Fátima Porto
In “Ecos d’alma”
Texto registado e protegido pelo IGAC
DESEJO EM FANTASIA
Afaga-me na loucura
Com teu querer,
Deseja-me
Com tua paixão,
Beija-me cegamente
Com tua meiguice,
Acaricia-me mansamente
Com teus dedos
Desejo-te em fantasia
Só para mim
Em olhares profundos,
Pois proferem no calor de silêncios,
Em corpos colados num sonho
Almejando para além do limite
Ser apenas um só
Degustamos o vinho
Em beijos suculentos
Por nossas bocas tidos,
E no calor de um abraço
Querendo mais
Pois dura de tão pouco ser ….
Fátima Porto
Registado e protegido pelo IGAC
quarta-feira, 20 de março de 2013
NADA E TANTO
Como deixaste um sabor a pouco
Dos teus beijos cor de fogo
Quão doces lábios meigos
Que na minha boca sussurraram
Ecos do amor p’la distância vertidos
Palavras mudas
Nuns olhos que vêem calados
E um desejo de querer
Do nada a ser tudo
Quando nossas bocas se uniram
Beijos roubados
Consentidos
Mostrando na saudade,
Mas que nunca fora esquecido
Porque confirmou profundo amor
Aos sete ventos celebrado
Nada e tanto
Não sei
Que importa…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
PRAZER/DESEJO
No encontro da paixão
Perdidos em sonhos
Dum abraço de desejos
Em beijos de vontades
Constelações de quereres
Inspirados num luar suave
Onde estrelas, talvez as mais brilhantes
Dão impulsos inquietos aos amantes
Noites de prazer
Entrelaçados em outra galáxia
Onde não existem limites
Para tamanho anseio
Sentimentos apetecidos
Num remoinho em chama
Clamando gritos abafados
Em horizonte sem fim
Que se incendeiem corpos
Como destino de verdades fascinantes
E ardente arrebatamento
Onde promessas não têm lugar…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
terça-feira, 19 de março de 2013
A TI PAI/SAUDADE
Saudade
Palavra que atrofia o coração
Faz doer na alma
E rolar um lágrima
Saudade
De um abraço terno
Um beijo amigo
Querer bem
Saudade
De uma ausência
Que permanece
Presente
Embora escondida
Saudade
É o que sinto de ti
Dos teus carinhos
Palavras doces
Do meu colo que foi teu
Saudade
Palavra triste
Que ao dizer-te adeus
As minhas lágrimas secaram
Num grito sufocado
Tenho saudade de ti
Meu Pai
Fátima Porto
Fotografia de autor desconhecido, da Igreja de Nª Srª Pópulo-Benguela, onde o meu Pai foi batizado.
Texto registado e protegido pelo IGAC
ESTOU COM SAUDADES
ESTOU COM SAUDADES
SAUDADES do teu olhar
SAUDADES da tua voz
SAUDADES dos teus conselhos
SAUDADES até de quando ralhavas
SAUDADES de quando eu encostava a minha cabeça no teu ombro
SAUDADES...
SAUDADES de quando falávamos em silêncio
SAUDADES de ouvir o teu clamar p’la terra que te viu nascer
SAUDADES das lágrimas que derramaste por não poder voltar
SAUDADES por não te ter aqui
ESTOU COM SAUDADES, MEU PAI…
Fátima Porto
Fotografia de : Bruno Caratão - CATUMBELA
Texto registado e protegido pelo IGAC
SAUDADES do teu olhar
SAUDADES da tua voz
SAUDADES dos teus conselhos
SAUDADES até de quando ralhavas
SAUDADES de quando eu encostava a minha cabeça no teu ombro
SAUDADES...
SAUDADES de quando falávamos em silêncio
SAUDADES de ouvir o teu clamar p’la terra que te viu nascer
SAUDADES das lágrimas que derramaste por não poder voltar
SAUDADES por não te ter aqui
ESTOU COM SAUDADES, MEU PAI…
Fátima Porto
Fotografia de : Bruno Caratão - CATUMBELA
Texto registado e protegido pelo IGAC
segunda-feira, 18 de março de 2013
CADA NOITE
Pensando em ti
Cada noite que passa
Perco-me no viajar de amar
Descobrindo para além do horizonte
Locais imaginários
Por nós tidos
É no silêncio de cada noite
Que em pensamentos
Trilhamos nossos caminhos
Explorando nossa paixão
Esperando o ansiado beijo
Será em cada noite
Que o manto de ardor nos cobrirá
Deixado pelas réstias d’um sol escaldante,
Em areias, numa praia deserta
Ou num quarto vestido de nós
Onde a brisa calará corações
Trarás cada noite
O aconchego de ti
Para me sentir mais perto,
Parecendo um encaixe longínquo,
Exibindo em nós todo deleite
D’uma paixão querida
Cada noite…
Fátima Porto
Fotografia de : Adalberto Gourgel
Texto registado e protegido pelo IGAC
FOGO EM GRITO
Meu corpo
Uma fogueira
Na penumbra da noite
Que incendeia
E se destroça
Lentamente
Na alma
Queimo em chamas
Labaredas acesas
Que flamejam
Toda a crueldade
Dou gritos ateados
Aos ventos
Matizando ao meu redor
Estrelas cadentes
Com mais fulgor
E mais esplendor
Se consuma todo este fogo
No corpo e alma
Cuspindo as angústias
Vibrando um coração apaixonado
Num abraço que nos una
Com um beijo que sele
Todo este amor …
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
domingo, 17 de março de 2013
PERDIDA NO ECO DUM BÚZIO
Guardei -o fundo
No mar do meu Ser
Nas entranhas de minh’alma,
E coberto de saudades
Da praia d’onde o encontrei
Navega seguro
Nas minhas recordações,
Como as areias quentes
Dos abraços perdidos em mim
Aconchego nele
Deixando-me levar em sonhos
Até adormecer
Sem ouvir o meu eco
Em silêncio,
Vesti memórias guardadas
Tentando encontrar búzios perdidos,
Com um corpo despido de nada
Mas aquecido serenamente,
Num abraço de mim…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
EU E TU
Não digas nada,
Eu e tu somos metades
Que se completam
Por inteiro
Nada digas,
Porque palavras seriam demais
E por inteiro falamos
Mesmo que a distância
Se instale entre nós
As bocas caladas
Falam p’los nossos olhos
Em que corações ardem
Pelo nosso amor
Não digas nada,
Nossas metades estão unidas
Numa paixão que cuidam
E por ela vivemos
Tu e eu
Eu e tu
Somos apenas só um…
Fátima Porto
Registado e protegido pelo IGAC
FUTURO PERFUMADO
Pétalas são deixadas ao acaso
Nos sentimentos
Para sarar feridas nossas
Que um destino nos legou
Sem espinhos vamos unir
Flores de nossas almas
Na fragrância de beijos
E em calor de abraços
Flores velhas são passado
Que um dia por nós passou
Viveremos o presente
Num preparo do futuro
De flores novas
Perfumadas
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
sexta-feira, 15 de março de 2013
QUANTOS
Quantos pensamentos voaram
Para não mais voltarem
Deixando um olhar vazio
Perdido no horizonte
Diz
Quantos…
Quantas vidas dispersas
Sulcando teu rosto
Outrora formoso
Em rugas vincadas
Diz-me
Quantas…
Quantos amores largados
Sucumbidos, desfeitos
Por mulher submissa
Esventrando o peito
Escondendo lágrimas
E do nada fez tudo
Diz-me
Quantos…
Quantos beijos sonhaste
No ardor da mocidade
Trancados, esquecidos
Num quarto frio e vazio
Onde cortinas voaram em imaginação
Rasgadas p’lo tempo
Diz-me
Quantos …
Quantas tristezas guardadas
Com gosto de fruto amargo
Se lavaram na alma com perdão
Tentando esquecer um passado presente
Aninhando o corpo no próprio calor
Diz-me
QUANTAS…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
quinta-feira, 14 de março de 2013
PALAVRAS PARA ANGOLA
Vou até ti
Minha Terra
Em aviões de imaginação
Recordações de juventude
Que trazem saudades
Dos dias vividos
E emoções sentidas
Mando-te palavras d’alma
Com a beleza das acácias
Também a lágrimas empoeiradas
P’la terra vermelha crestada
Mando-te palavras do coração
Com a doçura das frutas
E dos cheiros
Que fechando os olhos, ainda sinto
Mando-te palavras d’um abraço
Forte e imenso
Como se meus braços, os ramos
Do velho imbondeiro à beira do caminho
Para ti, minha Angola
Mando-te palavras de calor
Como o por do sol à tardinha
Numa praia qualquer….
Fátima Porto
Fotografia de : Adalberto Gourgel
ATENÇÃO: Texto registado e protegido pelo IGAC
quarta-feira, 13 de março de 2013
CONSEGUIR VOAR
Faço montes na areia
Numa praia por inventar
Olhando o mar no horizonte
Deixo que meus pensamentos voem
Na brisa suave que passa,
Como pétalas perfumadas de sorrisos
Que vogam nas ondas mansas
Quero voar também
Ir para terras distantes
Levar a esperança na alma,
Alva, como a espuma do mar
Deixem-me conseguir asas
Nos desejos e vontades
E soltar meus desejos
No deleite de uma praia qualquer…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
Fotografia de : Bruno Caratão
VOLTAREI PARA TI
Deixem -me subir ao morro mais alto
Na noite do meu regresso
Para dizer às estrelas que voltei
Voltarei
Sim, voltarei
Mas meu grito será abafado
Em lágrimas de júbilo
Pelo meu regresso
Que se afastem
Para que o meu choro
Enxugue todas as Saudades
Contidas e fechadas na minh’alma
Que o luar me abrace
No calor da noite,
Onde a terra escalda
Com os raios de sol
Sinto ainda o ardor no sangue
Que corre como rio selvagem,
Como o da minha terra,
Desaguando calmo e sereno
Em praias deslumbrantes
Ah minha terra,
Voltarei, sim voltarei
Numa noite envolta em manto de luar
Despedindo-se das estrelas
Para que eu veja o veludo do sol
Num lindo amanhecer
Quero sentir a brisa da minha intenção
Encher meu peito
Para poder gritar
Voltei para ti, minha Terra…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
terça-feira, 12 de março de 2013
PALAVRAS
Letras espalhadas no areal
E levadas p’lo vento
Por gaivotas livres
E num mar que as recebe
Abro minhas mãos
Que seguram palavras
Mas que se esgueiram
Por entre os dedos
Escondo-as atrás das rochas
Ou mesmo numa cova
Mas o mar
Vem …
E volta
Para as levar
Palavras …
Escrevo na areia
Palavras da alma
Pedindo ao mar e ao vento
O teu regresso
Mas eles não me ouvem
Levando-as
E eu fico à espera de ti
Palavras…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
SEM SOM
Piano despido
De choros e lamentos
Em acordes
Trinados de lágrimas
Já não se ouvem melodias
Percorrendo a escala
Em oitavas
Até ao suave da alma
Foste-te despindo lentamente
Dos bemóis e sustenidos
Numa pauta de emoções
Deixando o lamento emudecer
Resta somente um piano fútil
Calou para sempre sentimentos
Que um dia fez vibrar…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
segunda-feira, 11 de março de 2013
GESTOS
Fechando os olhos
Vagueio pelo teu corpo
Tacteando nas palavras sussurradas
Dispo-te livre no tempo
Com ecos de passos ligeiros
Em gestos de paixão,
Falando em silêncio
A noite acontece em nós
Quando as mãos se entrelaçam,
E os corpos se cruzam
Nas sombras de pensamentos
Dos beijos dados
Rompe-se o silêncio
Em rumores abafados
Num amanhecer desnudado,
Transbordando tudo o que há em nós…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
RÉSTIA DE LUZ
Palavras retalharam rugas de histórias
Que são lidas em mãos castigadas
De uma tristeza perfumada
No embranquecer de cabelos
Desfizeram-se sonhos, como por magia
Rodeados em trapos velhos
Em vidas de amargura
E em Outonos de esquecimento
Num banco qualquer
Réstias de luz
Iluminam a solidão…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
LÁGRIMAS NÃO CHORADAS
Enrosquei-me,
Chorei
Lágrimas de um destino
Secas de palavras
Desnudei-me em pensamentos
De quimeras vãs
Num colo de ilusões
Abracei minh’alma ferida
Dando-lhe calor em dia de tempestade,
Mas a chuva queimava o corpo
No misto das lágrimas que não chorava
Quisera eu voar
Apartando para terras remotas
Vivendo sonhos e fantasias
Sem lágrimas nas palavras…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
domingo, 10 de março de 2013
NOSSO AMOR/UMA NOITE
Olhando a alma
Senti o calor
D’um coração a pulsar
Entregaste-te te, como uma rosa
Exalando perfume da paixão
Onde me acolhi
Perdida em teu beijo
Entre o sonho e a realidade
Eu vivo, amor
A força superior está neste ardor
De uma noite,
A que sonhamos, para nosso amor
Apenas uma noite
E entre a realidade e o sonho
Vivemos, amor…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
....
….
…No livro do passado
Escreve-se o presente
Que nos dará Esperança
Para o Futuro
A Vida é feita de incertezas
Num preparo de certezas para a Felicidade…
Fatima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
…No livro do passado
Escreve-se o presente
Que nos dará Esperança
Para o Futuro
A Vida é feita de incertezas
Num preparo de certezas para a Felicidade…
Fatima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
....
….
…Não te deixo de ver
Em pensamentos que voam
És o meu acordar
Mas também,
O aconchego no silêncio da noite…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
…Não te deixo de ver
Em pensamentos que voam
És o meu acordar
Mas também,
O aconchego no silêncio da noite…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
sábado, 9 de março de 2013
COMO QUERO
Como quero beijar tua boca
Não só uma vez
Mas as vezes que o meu coração pedir
Como quero sentir teu aroma
Aquele que teu corpo exala
Como quero tocar teu corpo
Conforme vejo em sonhos
Como quero ouvir tua voz
Bem perto do ouvido
Sussurrando palavras de carinho
Como quero olhar teus olhos
Bem dentro da alma
No calor do respirar
Como vento sem destino
Meu corpo clama
Como te quero
Minh’alma chama
Como barco sem leme
Te desejo…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
DESPEM OLHARES
Tua mão ao tocar de mansinho
Sinto arrepios
Teu olhar em palavras doces
Que me despem lentamente
No silêncio da noite,
Faz meu corpo tremer
Leva-me em ti
No aconchego d’um beijo
Em deleite de afagos
No calor do teu colo
Estremeço na tua voz
No sonho de tantos quereres,
E vontades que sussurram
Promessas secretas dos corações
Dou-te as minhas mãos
Para que mostres o céu
Entregando-te, amor…
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
sexta-feira, 8 de março de 2013
TU… MULHER
Mulher que te transformas
Por raiva
Ódio
Mulher que te flagelas
Por tua dor
Angústia
Mulher que te escondes
Da doença
Da morte
Mulher que vives na solidão
Sem família
Sem amigos
Mulher que não choras
Sem alma
Sem esperança
Mulher que te renegas
Sem luz
Triste
Esta Mulher simplesmente
És tu… Mulher.
Fatima Porto
In "CAPAS"
Texto registado e protegido pelo IGAC
MULHER
Não importa seu corpo
Se é delgado
Ou nem por isso
Se passa despercebida
Ou se chama à atenção
Mas é MULHER
Acima de tudo!
Quantas vezes caíram
E outras tantas se levantaram
Que sonha
Tem desejos
Que se doa
Chora,
Ama
Mas é MULHER
Acima de tudo!
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
MULHER SIMPLES
Descompliquem
o que nada há de complicado
no simples corpo de uma Mulher
Na sua nudez,
nos seus afagos
carícias,
faz criar desejos,
quereres e vontades
Um voar na louca imaginação
onde beijos
que línguas que se trocam
se envolvem,
Num deslizar na pele suave
com perfume de rosa
Estimula sentidos
com respiração
que acelera
Um despertar
voraz de fera
Mas com suavidade
de quem não quer perder
Cada sonho tido
Até se tornar realidade
Esta mulher é simples, é natural...
Fátima Porto
Texto registado e protegido pelo IGAC
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