terça-feira, 17 de junho de 2014

ÁRVORE NUA

ÁRVORE NUA

A árvore
À beira do lago
Despida de folhas,
Foi nossa única cúmplice,
Quando nos amámos

O nosso lugar,
Sem outros olhares
E despidos como ela

Corpos ondulantes,
Como as aguas do lago,
De cabelos ao vento
Junto à árvore

Beijos
Misturavam-se
Com as caricias suaves
Pelos corpos nus

Arrepios,
P’lo passear leve,
Dos dedos,
Em cantos e recantos,
E de olhares que diziam tudo

A árvore nem falou nem olhou,
Mas foi nossa cúmplice
E estava nua, como nós...

Fátima Porto

Sem comentários:

Enviar um comentário

ESCONDERAM-SE AS PALAVRAS